Parece que toda a raça humana ficou um pouco mais burra: uma nova análise do número de neurônios que temos – as células cerebrais que transmitem pensamentos – voltou com um número incrivelmente menor do que se pensava – 14 bilhões de células cerebrais a menos, ou o tamanho do cérebro de um babuíno.
Antigamente, pensávamos que tínhamos cerca de 100 bilhões de células cerebrais, número que não resiste à investigação experimental real.
A pesquisa foi liderada por Suzana Herculano-Houzel, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O estudo foi realizado em quatro cérebros humanos, de homens com idades de 50, 51, 54 e 71 anos, que doaram seus cérebros para a ciência.
O método usado envolve a dissolução das membranas celulares das células no interior do cérebro, criando uma mistura homogênea. Em seguida, tira-se uma amostra dessa “sopa”, contando o número de núcleos de células pertencentes aos neurônios (em oposição a outras células no cérebro tais como células gliais) e, em seguida, dimensiona-se para obter o número total.
A grande vantagem deste método é que, ao contrário da contagem do número de neurônios em uma parte do cérebro para, em seguida, extrapolar o total, elimina o problema de que diferentes regiões do cérebro possam ter mais ou menos neurônios.
O resultado foi que, em média, o cérebro humano tem 86 bilhões de neurônios, com nenhum dos quatro cérebros examinados tendo 100 bilhões de neurônios.
“Mesmo que possa soar como uma pequena diferença, a quantidade de 14 bilhões de neurônios é praticamente o número de neurônios que um cérebro de babuíno tem, ou quase metade do número de neurônios no cérebro de um gorila. Então é uma diferença muito grande”, disse Suzana.
Mas, no fim das contas, os cientistas debatem o quão importante este número é. Pesquisas anteriores sobre cérebros de animais indicam que o maior não é necessariamente o melhor; os cérebros mais volumosos, que têm muitos neurônios, podem ter apenas o necessário para controlar corpos maiores.
Outros afirmam que os nossos grandes cérebros são necessários para nossa complexa vida social, o nosso uso extremo de ferramentas ou a nossa capacidade de “pensar sobre o pensamento”, chamada metacognição.
Já outros pesquisadores acreditam que a nossa inteligência não está no tamanho do nosso cérebro, mas na complexidade das interações dele. O cérebro humano é tão complexo e emaranhado que, na verdade, desvendar como ele funciona tem sido um enigma aparentemente sem fim.
Fonte:LiveScience
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