Há um tempo atrás eu era defensor do uso de modelos animais em pesquisas científicas, mas de um tempo para cá venho mudando os meus conceitos, e acredito que a ciência deva trabalhar no intuito de criar modelos alternativos para que se possa chegar ao resultado esperado. Porém uma coisa sempre me incomodou profundamente, o uso de animais em pesquisas de cosméticos, isso eu sempre fui contra.
Para que uma pessoa compre algum cosmético muitos animais são torturados, mutilados e mortos, já que são neles que as indústrias testam tais produtos.
Hoje vou apresentar como é o sofrimento de criaturas indefesas, sofrimento que existe apenas para que uma pessoa faça um tratamento de beleza, ou simplesmente para que uma pessoa use um batom ou coisa parecida.
UM POUCO DE HISTÓRIA
A palavra cosmético vem do grego kosmetikós, que significa “o que serve para ornamentar”. Esse componente da beleza humana surgiu na antiguidade e logo se espalhou pelo mundo. Ao longo de milhares de anos a produção se tornou uma lucrável atividade movimentando bilhões de dólares ao ano.
É muito complicado criar uma fórmula para um cosmético, pois isso envolve muita química e fatalmente iria ocasionar lesões sérias nos consumidores, desde queimaduras até a cegueira, e para solucionar o problema, no ano de 1920, a indústria começou a testar os cosméticos em animais, seres que em prol da beleza humana tiveram para si direcionadas as queimaduras, cegueiras e até a morte. Criaturas que são brutalmente torturadas e flageladas sem o menor pudor e sem o menor propósito, pois quais justificativas podem haver na tortura de um animal para que uma mulher possa se maquiar?
OS TESTES
Os testes de toxidade de cosméticos representam cerca de 30% de todos os animais torturados em laboratórios, isso equivale a milhões de seres indefesos que são flagelados todos os anos.
Os animais mais usados são os ratos, porquinhos-da-índia, coelhos, gatos, cães, porcos e macacos. Não tem como eu listar aqui todos os testes que são realizados com esses animais, mas vou citar alguns.
Existem um teste criado em 1920 chamado LD 50 geralmente realizados em cães. Pois bem, tal teste consiste em determinar qual a quantidade de substância que matará a metade do grupo de animais, num tempo pré-determinado, se ingerida ou inalada forçadamente ou exposta de alguma maneira, como tubos instalados diretamente na garganta.
Um grupo de cerca de 200 animais são obrigados a ter contato com algum ingrediente da fórmula simulando uma ingestão acidental por um ser humano. No fim é calculado o número de mortes ocasionadas. Mesmo quando o LD 50 é usado para testar substâncias claramente seguras, é praxe buscar a concentração que forçará a metade dos animais à morte para se ter “maior segurança” no resultado final. Durante o período de teste, os animais normalmente sofrem de dores angustiantes, convulsões, diarreia, supuração e sangramento nos olhos e boca. No fim do teste os animais que sobrevivem são sacrificados.
E para testar algum produto para os olhos? Ai são usados coelhos, cujos olhos são inundados de ingredientes ou mesmo de cosméticos já prontos e as conseqüências são a cegueira desses pobres animais. Para cremes e óleos são usados coelhos albinos, que tem o produtos colocados na pele para averiguar se causam queimaduras, e é claro que causam.
Esses são apenas alguns exemplos, mas notem que todos os procedimentos são realizados sem anestesia, e após as dores e sofrimentos angustiantes os animais sobreviventes são sacrificados.
O FUTURO DA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS
Vários países da Europa já proibiram tais testes, e em 2013 a expectativa é que toda a União Européia proíba tal prática, assim como a importação de cosméticos provenientes de testes com animais. Porém as esperanças podem ir por água a baixo, pois empresas como a L`Oréal protestam contra tais medidas, e as proibições podem ser adiadas.
Recentemente um fato chocou a todos que lutam contra os crimes das indústria de cosméticos, a AVON que é uma indústria que figurou durante duas décadas como protetora dos animais foi retirada de tal condição, pois foi provado que ela financia testes em animais na China, causando o sofrimento de inúmeros animais.
No Brasil a indústria de cosméticos terá, caso a proibição européia se confirme, de mudar essa prática desumana, pois correrá o risco de ter suas exportações interrompidas.
Não sou contra os cosméticos, até por que existem inúmeras empresas que não utilizam do sofrimento de animais para lucrar. Os cosméticos fazem parte da cultura humana, levantam a auto estima de muitas pessoas e a indústria gera milhões de empregos, porém torturar, flagelar e matar animais somente para que uma pessoa possa se maquiar é injustificável, vergonhoso, grotesco e criminoso.
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