Com o passar do tempo, todo mundo passou a aceitar naturalmente o fato de que crianças odeiam legumes e verduras, começam a achá-los toleráveis na adolescência e viram consumidores regulares na entrada da vida adulta. Mas o que está por trás desta mudança de gosto?
Psicólogos da Universidade do Arizona (EUA) tentaram descobrir, em última análise, por que temos preferências alimentares, e a primeira verdade que pode surpreender é: a genética não faz quase nenhuma diferença. Na realidade, todos nós nascemos com predileção por paladares doces e rejeição ao gosto azedo e ao amargo.
Muito mais do que no DNA, a origem dessa preferência está na evolução: ao longo do tempo, o ser humano identificou o doce como fonte de energia fácil, presente nas frutas. O amargo, por outro lado, foi associado às plantas com toxinas, que aprendemos a evitar em nome da saúde. Vegetais sem toxinas, mas com gosto semelhante – tais como a rúcula e o agrião – levam a “má fama” em nosso subconsciente.
Preferências condicionadas
Muitas críticas têm sido feitas às redes de fast food, consideradas culpadas pela obesidade infantil que cresce em ritmo acelerado em muitos países. A paixão de crianças por estes lanches, ricos em sal, gordura e açúcar, também são fruto de um condicionamento alimentar: no decorrer da história, o homem relacionou tais sabores a alimentos ricos em nutrientes.
Já dentro do útero, o feto começa a rejeitar alguns sabores em relação a outros,dependendo do que a mãe ingere mais. Ao nascer, os bebês têm reações imediatas a estas distinções. Até os dois anos de idade, eles se acostumam ao gosto dos alimentos básicos que ingerem, desde o leite materno às famosas papinhas.
Ao completar dois anos, começa uma revolução. No início da era da dentição, a criança é apresentada a novos alimentos, e geralmente parece rejeitar todos.
O repúdio, no entanto, não é a este ou aquele gosto em particular, e sim a qualquer novidade que chega à língua. É neste ponto que os pais, enganados por essa impressão falsa, deixam de incluir alimentos importantes na dieta dos filhos. O segredo para fazê-los comer bem, portanto, está justamente na repetição.
Paladar pela força do hábito
Muitos pais e mães sofrem com filhos relutantes, que choram e cospem toda a comida recém-experimentada no babador. Para estes casos, os psicólogos americanos dão duas dicas: insista e seja criativo.
Quanto a insistir, não há segredo: se a criança não gostou da sopa de brócolis na primeira vez, tente novamente dali a alguns dias. E mais uma vez. E outra. Até ela gostar. Os cientistas explicam que às vezes são necessárias entre 10 e 15 tentativas para que os pequenos se acostumem com um sabor desconhecido.
A outra dica pode parecer óbvia, mas nem sempre é praticada: misture um sabor ruim a um sabor agradável. E isso vale também para adultos: por exemplo, se você precisa comer ervilhas, misture-as em algo gostoso, seja um estrogonofe, um purê de batatas, ou qualquer outro prato que você goste. Não resolve de todo o problema de se habituar ao gosto, é claro, mas os nutrientes são ingeridos da mesma forma.
Fonte: Daily Mail
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