Uma bactéria capaz de decompor completamente o plástico das garrafas PET, ou polietileno tereftalato, um dos problemas mais graves de poluição no planeta.
O anúncio foi feito por cientistas japoneses nesta quinta-feira, 10.
A bactéria, batizada de Ideonella sakaiensis, se alimenta quase que exclusivamente de PET e foi encontrada em uma usina de reciclagem de lixo.
Segundo os cientistas, a descoberta é de certa maneira surpreendente, porque a bactéria aparenta ter adquirido a capacidade de degradar esse tipo de plástico em um processo que durou poucas décadas. Na escala da evolução biológica, é um piscar de olhos.
Como
Em estudo na revista “Science”, o grupo liderado pelo biólogo Shosuke Yoshida, do Instituto de Tecnologia de Kioto, descreve como uma colônia microrganismo conseguiu degradar uma folha fina de PET em 6 semanas.
Pode parecer muito tempo, mas é rápido para um tipo de plástico que leva centenas de anos para se decompor espontaneamente.
Para decompor o PET, a bactéria produz duas enzimas – moléculas biológicas que promovem reações químicas – cuja função específica é degradar esse plástico.
O PET é composto por uma estrutura molecular de carbono altamente estável, que quando atacada pela bactéria se rompe em componentes menores, que podem ser incorporados ao ambiente sem problemas.
Testes
O trabalho dos cientistas japoneses envolveu a análise de 250 amostras de bactéria encontradas na usina de reciclagem.
Agora é preciso descobrir meios práticos de produzir essas enzimas e usá-las em larga escala para tratar resíduos plásticos que poluem ambiente, principalmente nos oceanos.
De um jeito ou de outro, estudos sobre a Ideonella sakaiensis devem acelerar esse processo, já que tudo o que se conhecia antes era alguns fungos capazes de decompor PET parcialmente.
Usar bactérias que aniquilam totalmente o plástico para desenvolver um tratamento biológico para esse tipo de lixo deve ser bem mais fácil, dizem os cientistas.
O planeta produz hoje cerca de 50 milhões de toneladas de PET por ano, e menos de 15% do material é reciclado.
Fonte: G1
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