Há algum tempo era comum afirmar que o apêndice não apresentava nenhuma função em nosso corpo, mas na verdade esse órgão pode ser muito útil.
Um dos primeiros cientistas a teorizar sobre a função do apêndice foi Charles Darwin. Na época ele havia identificado apenas em humanos e em grandes primatas. Sua hipótese era de que antepassados distantes destes animais sobreviveram a uma dieta de folhas, e assim que chegava a região do ceco, parte do intestino grosso que recebe conteúdo do intestino delgado, as bactérias presentes ajudariam a quebrar o tecido vegetal.
Mais tarde, Darwin especulou que os ancestrais mudaram para uma dieta à base de frutas mais fáceis de digerir. A partir dessa mudança na alimentação o ceco já não era tão necessário para ajudar no processo digestivo dos alimentos e começou a encolher. Devido ao apêndice se encontrar depois do ceco, Darwin pensou que a região é uma de suas ex-dobras que teriam se contraído. Por isso, ele achava que o apêndice não tinha função.
“Eu concordo com a afirmação geral de que o apêndice evoluiu várias vezes em mamíferos, mas acho que a contagem exata ainda está em debate", acrescenta Olaf Bininda-Emonds, biólogo evolucionista da Universidade de Oldenburg, na Alemanha. Há dúvidas se todas as 50 espécies consideradas por ter um apêndice realmente evoluíram alguma vez. Quando apenas os casos claros estão incluídos, o apêndice evoluiu 18 vezes, diz ele.
Os pesquisadores confirmaram que o apêndice desempenha uma função útil no corpo de vários mamíferos, agora a busca é para identificar que função é essa. A equipe de pesquisa pode ter essa reposta. Em 2007, Parker e seus colegas sugeriram que o apêndice tem uma função imunológica, atuando como uma "casa segura" para bactérias intestinais benéficas. Estas bactérias ajudariam a treinar o sistema imunológico, além de poder prevenir doenças patogênicas. Uma vez que o sistema imunológico acabasse com a infecção, as bactérias benéficas emergiram do apêndice rapidamente para recolonizar o intestino.
O médico concorda com a pesquisa, mas aponta que apenas 50 das 361 espécies de mamíferos incluídos na análise têm um apêndice. "É de se perguntar por que um traço com tal função não seria universal", diz ele. Ou seja, os mistérios a cerca do apêndice ainda não foram todos solucionados, conclui Indi Trehan.
Fonte: http://www.jornalciencia.com
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