Cientistas da Universidade Jilin, na China, e da Universidade Clemson, nos EUA, anunciaram terem evidências de que a clara do ovo tem uma substância, um peptídeo, que reduz a pressão sanguínea tanto quanto uma dose baixa de Captopril, medicação usada para tratar hipertensão.
Trata-se do peptídeo RVPSL, que funciona da mesma forma que a família de medicamentos que inclui o Captopril, o Vasotec e o Monopril, um inibidor da enzima de conversão da angiotensina ou IECA.
Peptídeo inibidor
As enzimas de conversão de angiotensina transformam a angiotensina I em angiotensina II, que é um potente vasoconstritor (faz com que as veias e artérias se contraiam). Também estimula a produção de aldosterona, que promove a retensão de sódio e água. A vasoconstrição junto com a retenção de líquidos acaba levando à hipertensão.
Os inibidores atuam sobre estas enzimas, impedindo a transformação das angiotensinas e indiretamente baixando a pressão arterial.
No estudo, ratos receberam RVPSL em quantidade equivalente ao que pode ser encontrado na clara de seis ovos, resultando no mesmo efeito de uma dose baixa de Captopril.
Na preparação do RVPSL, as claras foram aquecidas a aproximadamente 93°C, mas o professor Ph. D. Zhipeng Yu, líder da pesquisa, aponta que o efeito parece melhorar com a temperatura, e ovos fritos teriam melhor efeito – pelo menos em ratos.
Nenhum estudo em humanos
Antes que você comece a encaixar dúzias de ovos na sua dieta, é importante notar que o estudo não foi revisado por outros cientistas.
O processo de revisão por pares faz parte da atividade de produção científica, e consiste em outros cientistas examinando o trabalho à procura de erros, como interpretações incorretas, metodologia não apropriada, falhas na execução de rotinas, etc. O passo seguinte seria a reprodução do estudo em outros laboratórios, para verificar se o mesmo resultado pode ser obtido por outros pesquisadores.
Outra coisa a se notar é que o estudo foi feito somente em ratos, por enquanto. Não existem trabalhos examinando o efeito das claras de ovos no ser humano e, conforme aponta a doutora Robin Kaiden, “não podemos extrapolar os resultados para aplicá-los a seres humanos” ainda.
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