Quase 40 anos após o nascimento do primeiro bebê de proveta, chamada Lousie Brown, essa descoberta considerada ‘surpreendente’ pela ciência, e a época altamente controversa, hoje é muito comum. Então, conforme proposto pelo professor associado de Medicina Reprodutiva, Nicholas Raine-Fenning, na Universidade de Nottinghan, Reino Unido, como será o futuro das concepções e partos ao longo dos próximos 40 anos e além?
De acordo com ele, em um artigo publicado pelo The Conversation, o ritmo acelerado de pesquisas nas áreas de fertilidade e reprodução levantam algumas questões incompreensíveis em relação ao futuro. Será que vamos começar a conceber bebês e fazê-los crescer inteiramente em laboratórios, deixando o sexo e gravidez convencional no passado? E todos os bebês do futuro serão geneticamente projetados?
Uma das mudanças mais importantes será sobre a capacidade das mulheres de preservarem sua fertilidade e ter os filhos quando bem entenderem. O procedimento de congelamento de óvulos já foi considerado uma técnica malsucedido.
No entanto, nos dias atuais, há cerca de 80% a 90% de chances desses óvulos sobreviverem e as mulheres terem chances de até 97% de conseguir engravidar. Em outro procedimento as mulheres também têm a opção de congelar o tecido ovariano, enquanto ainda jovens, podendo descongelá-los e colocá-los de volta ao corpo anos depois. Os cientistas também mostraram-se ser capazes de criar com sucesso espermatozoides a partir de células-tronco, da mesma forma que, não há razão para que o mesmo não possa feito com óvulos.
Assim, daqui a 40 anos, é bem provável que existam várias opções possíveis para preservar a fertilidade feminina. Felizmente, é bem provável que esses métodos sejam socialmente aceitos e mais acessíveis – fazendo com que as mulheres decidam o momento certo de ter filhos.
Mas será que essas mudanças assumirão o papel principal como forma de reprodução? Apesar de uma enorme quantidade de pesquisas, apenas um terço das mulheres são capazes de ter bebês a partir de fertilização in vitro (FIV) – algo que é bem improvável que mude nos próximos 40 anos, segundo Raine-Fenning. Em partes isso ocorre em relação a idade e ao fato de que até mesmo o embrião mais saudável tem cerca de 30% de chances de desenvolver anormalidades genéticas, causando abortos ou problemas graves de saúde. Já são feitos rastreios genéticos para identificar esses embriões, mas no futuro, a ideia é que métodos não-invasivos sejam testados a fim de aumentar as taxas de FIV. Na realidade, daqui um século, é bem provável que essa seja a maneira mais “comum” de conceber uma nova vida, fazendo com que o método convencional seja visto como “arriscado”.
Obviamente, que tudo isso levará aos chamados “bebês projetados”, isso porque, em 40 anos, os defeitos genéticos poderão ser completamente eliminados. “Estaremos olhando para a capacidade de eliminar problemas cromossômicos mais comuns, como a Síndrome de Down”, escreveu ele, bem como os mais raros. “Embora ainda haja, eticamente falando, certas dificuldades sobre isso, é difícil argumentar contra esse tipo de avanço”.
Espera-se que, dentro de 100 anos, a ciência também seja capaz de corrigir genes anormais em embriões ou fetos por meio de edições de genoma, a partir da ferramenta CRISPR. Os genes fetais poderão ser cortados e adicionados a qualquer momento, desta forma, os bebês seriam tratados ainda no útero.
No caso dos úteros artificiais, mesmo que se tornem possíveis, é bem provável que eles sejam altamente regulamentados e restrito a uma minoria de mulheres incapazes de gerar ou às que vivem sob risco significativo. Por essa razão, é pouco provável que estaremos criando bebês em laboratórios nos próximos 40 anos. No entanto, daqui a 100 anos, isso poderá ser considerado.
Obviamente que prever com previsão o que acontecerá até 2056 é impossível. Enquanto a história nos ensina que nada dura para sempre, podemos estar certos de que a discussão social e ética será muito menos complexa do que a científica.
Fonte: http://comunidademib.blogspot.com.br/
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