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Saiba tudo sobre o medicamento aprovado pelo FDA que promete prevenir o contágio com HIV


Um medicamento que já era usado no tratamento da AIDS nos EUA foi aprovado para evitar que o vírus seja contraído.
O FDA (Food and Drug Administration) órgão americano parecido com a ANVISA aqui no Brasil, responsável por regular medicamentos, alimentos e cosméticos, declarou que esse é o primeiro medicamento indicado para pessoas saudáveis que desejam evitar o contágio do vírus em relações sexuais.
Alguns jornais americanos dizem que especialistas estão “eufóricos, porém cautelosos”; esse seria uma grande chance de conter a maré de epidemia em todo o planeta.
Estudos têm mostrado que pessoas que tomam o remédio chamado Truvada, todos os dias, têm um risco muito reduzido de contrair o vírus. O FDA, geralmente, só toma uma decisão como essa após grande análise por conselheiros formados por diversos profissionais, inclusive médicos.
O medicamento Truvada passou por inúmeros testes científicos e é indicado para pessoas com alto risco de contrair o vírus, como homens gays que possuem múltiplos parceiros sexuais, especialmente aqueles que nem sempre utilizam camisinha como médico preventivo com outros homens soro positivo. Segundo o anúncio oficial, homens jovens negros que mantém relações sexuais com outros homens também estão no grupo de risco, bem como prostitutas.
O medicamento destina-se não para substituir o preservativo e outras medidas mais seguras, mas pode ser usado como uma proteção adicional. Especialistas dizem é necessário pesquisas como essa para novos métodos de proteção, pois surgem 50 mil novos casos de infecções pelo HIV todos os anos só nos Estados Unidos.
Segundo os cientistas, esse número alarmante não mudou nos últimos 10 anos, o que indica que conselhos e afirmações para o uso do preservativo não está funcionando como deveria, e muitos recém-infectados são homens cujos parceiros sexuais não imaginam que está tendo contato íntimo com alguém soro positivo.
Grupos expressaram medo sobre a possibilidade de que pessoas infectadas tomem Truvada, o que poderia acabar desenvolvendo uma nova versão resistente do vírus, mas o painel avaliativo do FDA decidiu que os benefícios da prevenção de novas infecções superam os riscos.
Os médicos americanos estão liberados para prescrever livremente o remédio, tomando a precaução de testar antes se o paciente possui o vírus. Caso o paciente seja soro positivo, é impossível tomar o medicamento, pois mutações podem ocorrer rapidamente, tornando o vírus ainda mais resistente.
Pessoas que tomarem o medicamento precisam ser acompanhadas, pois algumas evidências mostraram que os rins podem sofrer algumas sequelas em caso especiais e diminuição da densidade dos ossos.

A aprovação do medicamento pela comissão do FDA não foi unânime. Alguns votaram contra afirmando que não existiam provas científicas suficientes para provar que o medicamento é seguro.
Truvada contém dois medicamentos antivirias, sendo vendido e fabricado pela Gilead Sciences. O produto era usado em pacientes soro positivo combinado com outras drogas. O medicamento tornou-se um sucesso rapidamente, com vendas que ultrapassaram os 758 milhões de dólares de faturamento apenas no primeiro trimestre desse ano, com estimativa de 3 bilhões de dólares até o final de 2012.
Estudos foram realizados nos últimos anos com o Truvada, com resultados um pouco contraditórios. Em um deles, 2.499 homens gays em 6 países, em pesquisa publicada em 2010, encontrou redução global de 44% nos casos de contaminação.
Quando os investigadores olharam mais de perto os resultados, verificando os níveis sanguíneos da droga, eles descobriram que muitos homens não tinham tomado a pílula todos os dias como havia sido indicado. Dentre os que levaram o tratamento corretamente, a redução do risco de contaminação caiu para 90%. Mas alguns dados demonstraram que, aparentemente, só 10% dos homens tomaram corretamente o medicamento do modo como foi exigido.
Estudos na África e Ásia também mostrou redução significativa do risco entre pessoas saudáveis cujos parceiros foram infectados. Mas outros estudos na África foram interrompidos porque as mulheres não estavam apresentando nenhum resultado benéfico. Após análises, ficou constatado que as mulheres africanas não estavam tomando o remédio por não acreditarem que contrairiam HIV de seus parceiros.
O fracasso em alguns resultados sobre o fato das pessoas não tomarem o medicamento todos os dias poderia fazer “o tiro sair pela culatra”, fazendo com que as pessoas pensassem estar protegidas tomando o medicamento apenas de vez em quando, aumentando drasticamente os níveis de infectados, foi o que declarou um grupo de médicos e de advogados com sede em Los Angeles.
Mas um pesquisador que conduziu o estudo com os homossexuais, Dr. Robert M. Grant, do Instituto Gladstone de Virologia e Imunologia, afiliado com a Universidade da Califórnia, discordou da preocupação do grupo de médicos e advogados de Los Angeles, afirmando que em 1970, quando os air bags foram lançados, as pessoas propagavam que ninguém mais usaria o cinto se segurança, fato que não ocorreu. O Dr. Grant diz que as pessoas não devem parar de usar camisinha apenas por tomar o medicamento.
Segundo pesquisas da National Lesbian & Gays Journalist Association, gays em Washington iniciam sua vida sexual aos 16 anos e aos 25 anos boa parte já contraiu HIV. “Nós não estamos dizendo que vamos acabar com a epidemia de AIDS, mas dar às pessoas opções e escolhas para terem mais uma chance de se prevenirem”, comentou Mateus Rose, coordenador da associação.
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